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Da JP para o País

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da Juventude Popular (JP)

Afirmamo-lo com a consciência de que o estatuto do CDS-PP, sustentado pelo notório crescimento das novas gerações, é o de primeira força política à direita, o verdadeiro contra-peso das esquerdas e a principal alternativa coerente ao Partido Socialista.

 

É nossa opinião que se deve, a todo o custo, rejeitar a ideia de diletantismo apolítico, que ora dançado com a esquerda, ora piscando o olho à direita, procura fomentar a ilusão de que o “centrão” em deriva passional pelos opostos é solução para coisa alguma.

 

A equidistância dos polos, própria dos que apregoam “vender a alma ao diabo” a preço de saldo, mais não é do que do que defender, no domínio das ideologias e do pragmatismo, tudo ao mesmo tempo, o mundo e o seu contrário, no fim de contas, não advogar rigorosamente nada digno de credibilidade. A vertigem pelo centro dos interesses confunde-se com a lógica do poder pelo poder, no fundo, pela divisão do Estado pelos clientelismos partidários, pela rejeição dos valores, a apologia do relativismo, em nome da transacção de favores sufragada em urnas através de proposta fraudulenta apresentada aos eleitores.

Cremos que chegou o momento em que os portugueses, do nosso quadrante de simpatias, terão que decidir se preferem votar num partido que embora apresente não professa os valores a que o centro-direita tem direito. Isto é, que não paga com políticas a expectativa do voto tradicional que recebe. Ou se, por outro lado, se deixam convencer pela virtude da proposta do CDS-PP, no quadro da qual este se afirma por aquilo que é e não pelas concessões que faz a princípios que não estão no seu ADN.

 

Sejamos, portanto, absolutamente cristalinos: o CDS-PP, em nosso entendimento, deve dar procedência a uma estratégia que promova a demarcação programática do socialismo democrático e da social-democracia, sinónimos no capítulo da teoria política, ao passo que assume a liberdade de não ser sucedâneo de nenhum adversário ou concorrente, tão pouco a sua respectiva “marca branca”.

O CDS-PP não nasceu para ser mordomo, satélite, muleta ou subalterno de nenhum outro partido político. Tem dignidade autónoma e potencial para aspirar mais, com responsabilidade, capacitando-se dos instrumentos, metodologias e intérpretes certos.

 

Dir-se-á, então, que livre do voto útil e determinado em representar a única alternativa no plano do centro-direita, declinando a condição de crónico actor secundário e parceiro de ocasião, o CDS-PP só tem um caminho: apostar em quebrar o bipartidarismo instalado, assim como a correspondente alternância estéril de modelos de governação idênticos, e configurar-se, enfim, como estrutura partidária que visa trabalhar para, um dia, exercer o poder de forma autónoma. Sem sacrificar, para tanto, a chave-de-pensamento e a sua doutrina norteadora.

É possível governar Portugal sem nos transformarmos em “caixas-de-ressonância” do “mainstream”, reféns do politicamente correcto, conquanto prescindindo de pedir autorização aos guionistas da “esquerda da moda” para agir, os quais só autorizam a nossa existência “desnatada”, light e sem calorias. Este é centro-direita em que acreditamos – leia-se, da direita que conquista o centro, que lhe concede identidade e sabe imprimir-lhe rumo, e não do centro que toma conta da direita, a descaracteriza e neutraliza.

Correspondendo às amplas correntes de opinião pública, ainda desmobilizadas da tarefa cívica de construção de um Portugal capaz de se actualizar, de crescer, de se desenvolver e de se orgulhar de si próprio, a JP, ao lado do CDS-PP, desafia as novas gerações a desenhar uma sociedade que responda aos desafios presentes e seja eficaz na promoção de respostas para os verdadeiros anseios dos portugueses.

Acreditamos num país que seja um espaço de liberdade de expressão, de pensamento e de realização do projecto de vida de cada um. Não toleramos a ditadura subtil do politicamente correcto, que impõe os seus dogmas e tabus. Defendemos a vida, do embrião ao idoso, e pugnamos pela sua dignidade até ao último suspiro, mediante uma rede de cuidados médicos de fácil acesso e de apoios sociais adequados. Questionamos o “inverno demográfico”, que conduz ao declínio socioeconómico e à inviabilidade do Estado providência. Privilegiamos a família como célula fundadora da sociedade, apoiada por um regime fiscal favorável, nomeadamente nas despesas com a educação e saúde, com horários laborais flexíveis que facilitem a conciliação da vida familiar com a vida profissional.

 

Postulamos o princípio de que o Estado, devendo cingir-se às funções essenciais e não se estendendo para além delas, inibir-se-á de ser um estrangulador da iniciativa privada e um predador dos rendimentos das pessoas, estando assim mais apto a ministrar uma rede de segurança que assista os mais vulneráveis. Acreditamos no trabalho como mecanismo unificador da sociedade, inserido num mercado flexível e justo, capaz de captar investimento e gerar emprego, motivar os trabalhadores, aumentar a produtividade e os lucros, e pagar bons salários. Encaramos a educação como factor nuclear para se atingir a mobilidade social e a igualdade de oportunidades, pelo que a centralidade do aluno, a sua valorização, o incremento da qualidade e reforço do suporte social à frequência académica são eixos centrais a preservar. Arvoramos a coesão territorial, recomendando que as assimetrias e desigualdades entre litoral e interior sejam corrigidas por um Estado inteligente, reformista e descentralizador, que incentive a economia e as actividades rurais, assegure a distribuição da riqueza e estimule a fixação de pessoas e empresas em todo o território.

 

Reivindicamos um pacote de medidas que garantam o acesso à primeira habitação, fundamental para a emancipação dos jovens em início de vida, em termos humanizados, equitativos e ajustados do ponto de vista social. Partilhamos a visão de uma Europa dos Estados-Nação, unida, solidária e inclusiva, que preserve as soberanias nacionais, acautele a sua participação nos centros de decisão, dilua o centralismo e compreenda que a metodologia intergovernamental traz mais benéficos às relações internacionais do que a imposição do federalismo.

Contabilizado, na presente data, cerca de 21 mil filiados, a Juventude Popular, situada sobre a trave-mestra do humanismo-cristão - fundado no valor do personalismo, da vida e da família - confluente com a abertura às correntes conservadoras – radicadas no legado, na tradição e na propriedade privada – e liberais – no quadro da rejeição da opressão do homem pelo homem e deste último pelo Estado, bem como das economias abertas – declara expressamente a certeza inexorável de que, a breve trecho, configurará a primeira escolha política das novas gerações portuguesas.

Somos, comprovadamente, a organização política juvenil que mais cresce em Portugal. Projectaremos essa dinâmica mobilizadora para o CDS-PP, asseverando a sua renovação e dando lugar à desejável transição geracional. Somos a “jota” que lidera em nome de convicções, dá um novo fôlego ao caminhar da História, afirma corajosamente aquilo que é e restaura a confiança na política. Chegou a hora de colocar os pais a votar nos filhos e não os filhos a votar nos pais. Só assim cuidaremos de colocar o CDS-PP no lugar que merece.

 

Acredita, JP!

25 de Fevereiro de 2018.

A Juventude Popular (JP) apresenta-se no 27.º Congresso do CDS-PP ciente da necessidade de definição que a área do centro-direita político precisa na circunstância actual da nossa democracia. Esse espaço, de todos os democratas não socialistas, é o habitat político do CDS-PP e nele terá que verter-se a vontade sólida e inequívoca de o liderar.

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