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E se fores tu a dormir na rua?

      Quer isto dizer que há mais pessoas a viver na rua em Portugal do que população residente em perto de um terço dos municípios nacionais. Pessoas invisíveis para quem olha. Temos medo? Vergonha? Nojo?

     Estas pessoas já tiveram vidas como a maioria de nós. Família, emprego, casa, amigos. Não são realidades longínquas de pessoas e terras que vemos na televisão. São pessoas como nós, portugueses como nós, que por vicissitudes (uma palavra cara para dizer azares!), ficaram numa situação difícil.

     Não gosto de populismo e sei fazer contas. O investimento necessário para dar uma situação de dignidade a estas pessoas é manifestamente reduzido. E se acreditar na política é acreditar em mudar o mundo para melhor, então aqui está uma causa que nos deve mobilizar a todos. Por um Portugal que respeita a dignidade humana e que apoia quem na vida tropeça. Por um país que estende a mão a quem está no chão, não um país que atravessa a estrada de forma envergonhada.

     Nenhum de nós está livre de por uma vicissitude ficar numa situação de fragilidade. Há cidades noutros países que conseguiram ultrapassar estruturalmente este problema e eu acredito que possuímos em Portugal todas as condições para o fazer também.

    Eu acredito que em Portugal ninguém deve precisar de viver na rua e todos devem ter direito a uma segunda oportunidade. Juntas-te a mim nesta crença?

25 de Fevereiro de 2018.

São, segundo dados recentes, perto de 8 mil o número de pessoas sem-abrigo em Portugal. Pessoas que dormem na rua, em soleiras de portas, em bancos de jardim ou em tantos outros sítios onde já os vimos. 101 Municípios em Portugal, de um total de 308, têm uma população inferior a 8 mil pessoas.

Margarida Balseiro Lopes

Deputada PSD

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